sexta-feira, novembro 30, 2007

COMUNIDADE

Festival de memórias. Como foi.

Acompanhando os eventos que se integram nas celebrações dos 250 anos sobre a reconstrução da Igreja, o jornal paroquial esteve presente no ensaio geral do Festival das Memórias. Neste ensaio, que antecedia a realização do espectáculo no dia 17 de Novembro, o jornal aproveitou a presença dos intervenientes para ficar a conhecer as suas expectativas para o espectáculo e as suas lembranças.


(Entrevista a Carla Denise, participante no Festival das Memórias)

Dia do Senhor – Carla, há 19 anos atrás participou pela primeira vez no Festival do Meio ambiente. Como é que surgiu esse Festival e a sua participação?

Carla Denise – Não sei bem… Na altura havia um grupo de jovens de que eu também fazia parte e esta ideia, penso que veio do Carlos Rocha… Penso eu que tudo isto tinha a ver com o Carlos e com a brilhante ideia de fazer canções para chamar a atenção sobre o Meio Ambiente, para as pessoas terem cuidado. E foi assim… Cada um de nós… Quer dizer, deveríamos ter sido nós a escrever as nossas músicas, mas não aconteceu bem isso, o Carlos deu uma mãozinha a todas ou quase todas as canções. Eu tenho a ideia de que a maioria das canções foi feita pelo Carlos. Mas não era isso que era suposto, era suposto termos sido nós a fazer a letra.

Dia do Senhor – E a primeira participação correu bem? Gostou?

Carla Denise – Não correu muito bem porque eu não sei cantar, nem há 19 anos atrás nem hoje. (risos) Continuo sem saber cantar, mas foi engraçado.

Dia do Senhor – E cantou sozinha ou foi acompanhada?

Carla Denise – Fui sozinha.

Dia do Senhor – Também foi preciso coragem para ir cantar sozinha há 19 anos atrás.

Carla Denise – Foi engraçado. Naquela altura... Quer dizer, eu penso que naquela altura foi mais a sério. Hoje é que eu levo mesmo para a brincadeira porque se eu não sabia cantar há 19 anos atrás, continuo sem saber…Por isso, hoje é que é mais para a brincadeira. Há 19 anos atrás foi um bocadinho mais stressante. E foi uma participação diferente, mais caprichada… E muito mais stress, muito mais stress. Eu lembro-me que estava muito nervosa. Hoje não, hoje levo muito mais para a brincadeira sem dúvida alguma.

Dia do Senhor – E quando surgiu esta ideia de fazer o Festival das Memórias e de recuperar as canções e os intérpretes do Festival do Meio Ambiente? Ficou também nervosa ou aceitou logo? Achou boa ideia?

Carla Denise – Não hesitei, por acaso não, não hesitei. Claro que perguntei “Não é para votação, pois não? Não é um concurso, pois não?” senão eu não me atrevia. Mas claro que no espírito de brincadeira do Festival, aceitei logo.

Dia do Senhor – E vai cantar com a sua filha, a Cheila. Como é que isso se proporcionou?

Carla Denise – A Cheila disse “Eu vou e canto contigo” e assim surgiu e ideia. E por que não? Achámos engraçado a Cheila cantar também. O Carlos e o resto do pessoal também não se opôs e achou giro a Cheila ir cantar e agora vamos cantar as duas.

Dia do Senhor – Muito bem. Muito obrigada pela sua disponibilidade e espero que a sua actuação amanhã corra bem e que todos gostemos deste Festival das Memórias.

Carla Denise – Esperemos que sim. Eu espero que sim. Pelo menos vai ser bom para recordar e recordar é viver.


Entrevista a João Isabel (participante no júri do Festival e impulsionador do Festival do Meio Ambiente na sua primeira edição.)


Dia do Senhor – Boa noite, João. Gostaria que me falasse um pouco da história do Festival do Meio Ambiente. Qual foi a sua origem? Como é que foi levado a cabo? Portanto, no fundo, como foi o início deste Festival que agora recuperamos neste Festival das Memórias?

João Isabel – Ora bem, o Festival digamos que foi o culminar de um trabalho levado a cabo por um grupo de jovens de Acção Católica, um grupo de base que trabalhava na paróquia de Salir de Matos que, despertando para alguns problemas do Ambiente, já na altura, e isto já lá vão 19 anos, decidiu programar e levar a cabo uma actividade que era a semana do Ambiente. Nessa semana houve uma exposição fotográfica fruto da recolha de imagens que mostravam alguma da poluição que se fazia na nossa terra. Para além disso, tivemos também debates sobre a questão concreta do Meio Ambiente. Fizemos projecções de filmes que versavam a mesma questão.
Posso dizer que, de certa forma, como todos os temas que foram escritos se enquadraram tão bem na questão do Meio Ambiente e na questão da preocupação que alguns destes jovens, que hoje mais velhos nós vamos ver cantar aqui amanhã, serve para mostrar como esses jovens, alguns deles até crianças, já se preocupavam com estas questões.
Desta forma, o festival foi o culminar dessa semana e teve um grande impacto porque como era um festival que unia e que trazia aquelas crianças e jovens para cantar, trouxe também todas as famílias dos participantes. Algumas destas famílias normalmente não se juntavam a nível de trabalho de freguesia e que nesta actividade todas se juntaram. Muita gente se juntou e se uniu nesta preocupação do Meio Ambiente que ainda hoje é latente e que poderíamos aprofundar noutras conversas.

Dia do Senhor – E qual é a sua opinião sobre a recuperação desse Festival para o Festival das Memórias, visto que esse evento foi também um marco de há 19 anos atrás? Pensa que é positivo?

João Isabel – Penso que não é só uma recordação por saudosismo. Penso que é um trabalho que está a ser feito e que se integra na comemoração da reconstrução da nossa Igreja paroquial e conciliar a recuperação do Festival do Meio Ambiente com as canções que por parte de Salir de Matos participaram nos Festjovem que foram decorrendo na Vigararia de Caldas-Óbidos durante vários anos é muito positivo. O festival foi um marco porque há um trabalho que foi feito e que vai sendo feito e que vai sendo continuado porque nós temos que transmitir sempre valores aos mais novos, que aprendem, e há aqueles com mais idade que nos vão deixando esta mensagem e que nos ajudam a criar, principalmente neste aspecto da música e dos festivais porque a vida é um todo e a música faz parte também da vida.
Dia do Senhor – Muito obrigada pela disponibilidade, João. Gostaria de me antecipar e questioná-lo sobre a sua participação neste festival, mas fica para outra oportunidade.

Entrevista a Anabela Sábio(Participante no Festival das Memórias)

Dia do Senhor – Anabela, a Anabela é uma participante especial neste Festival das Memórias porque a Anabela foi dupla participante, ou seja, participou no Festival do Meio Ambiente há 19 anos atrás e participou também no Festjovem, aliás, participou em vários Festjovem tendo vencido o primeiro que se realizou aqui mesmo em Cabreiros. Gostaria que me falasse um pouco da experiência desses dois festivais.
Anabela – É uma experiência muito gira porque já lá vão muitos anos e cá estamos nós novamente nestas andanças. Eu guardo na memória com alguma saudade aquele tempo porque eu caí de pára-quedas no festival, estava cá há pouco tempo… O Festival do Meio Ambiente foi pouco tempo depois de eu ter chegado da Alemanha. E de repente eu estava ali no palco, nos ensaios… (para mim, o ambiente dos ensaios e o convívio que se tem nesse tempo continua a ser o melhor da festa. O espectáculo é muito bom, mas depois acaba tudo. E foi muito giro conviver com tanta gente e com miúdos, que eram mais novos do que eu, e cada um dava o seu melhor, é lógico. E foi muito, muito giro. Depois o Festjovem, pronto, já foi outro gabarito. Foi também muito giro. È um festival que guardo na memória como o primeiro e como o melhor porque não tínhamos bases para nada. Tínhamos como referência um festival que se fazia na vigararia de Alcobaça que era também de mensagem Cristã e fomos lá um dia ver para perceber como é que eles faziam. E depois chegámos cá, fizemos cenários, fizemos tudo aqui, organizámos tudo aqui. E, pronto, foi um espectáculo. Realmente o festival que mais me fica na memória é o primeiro. Houve depois outros Festivais que organizámos porque eu não ganhei só o primeiro (risos)… Ganhei depois mais dois, participei em vários, mas pronto. E foi muito giro e cá estamos nós para continuar.

Dia do Senhor – Então este festival vem mesmo a calhar, ou seja, como recupera as canções e esses momentos. Assim, o momento de que gosta mais, o dos ensaios, repetiu-se mais uma vez. O que pensa deste Festival das Memórias, foi uma boa iniciativa? Gostou da ideia?

Anabela – Eu amei porque além de reviver o que foi o antigamente, é giro ver o pessoal que cresceu. Alguns já não estão cá porque tomaram outro rumo na vida e não estavam propriamente disponíveis para vir cantar, mas é muito giro porque passados 19 anos nós estamos todos muito diferentes… E há muita gente que vem e diz: “Ai que horror, mas eu venho cantar assim e assado…” (risos) Mais uma vez o convívio, lá está… E o reviver disto tudo… E ver a reacção das pessoas…E vai ser muito giro, eu estou muito contente, mas lá está, já estou com muita pena porque amanhã é o espectáculo e depois acaba-se tudo outra vez! Depois temos de gravar um disco!

Dia do Senhor – Anabela, não tenho mais perguntas, mas não sei se gostarias de acrescentar mais alguma coisa.

Anabela – A única coisa que eu posso dizer é que temos aí um grupo de jovens em força, e isto não é do tempo deles, infelizmente, mas era bom que eles aproveitassem. Não tinha que ser um festival, mas que fizessem coisas giras dentro do género e que tenham força e vontade porque sem vontade não se vai a lado nenhum e é pena quando isto pára.

Dia do Senhor – E o grupo de Jovens participa também neste festival que terminará com um olhar para o futuro. O grupo de jovem vem juntar-se à festa com uma actuação. Isto mostra também que o Grupo de Jovens de Salir de Matos está bem activo, aliás como tem estado ao longo de anos. Os grupos vão mudando de elementos, mas temos tido grupos bastante activos aqui em Salir de Matos.

Anabela – O mais giro é que… O grupo de jovens é constituído por alguns elementos do coro, mas que só cantam. Quer dizer, temos o Pedro que toca viola, mas não vamos mais além disso. De repente, temos o Ruben a tocar bateria, que nunca tinha tocado bateria, e passado duas horas estava a tocar bateria e estava tudo doido a olhar para ele. Temos o João Pedro que também não tocava viola e que está a tocar viola baixo. Vem a Neuza por acréscimo tocar órgão e é giro como toda a gente se empenhou… Agarraram aquilo com força e resultou. E é bom… Pessoal assim é de louvar mesmo.

Dia do Senhor – Muito obrigada, Anabela. Fica então uma mensagem de apoio e incentivo ao Grupo de Jovens.


Entrevista a José Sábio (em representação do Grupo de Jovens de Salir de Matos)

Dia do Senhor – José, convidei-te para esta entrevista porque és um dos membros e um dos fundadores do actual Grupo de Jovens de Salir de Matos e eu gostaria de saber, neste contexto do Festival das Memórias, como é que vocês se integraram no festival, visto que fecham o evento com uma música.

José Sábio – Vamos ter uma grande responsabilidade porque somos os últimos e foi para dar continuidade, para não deixar morrer.

Dia do Senhor – E isto do Festival do Meio Ambiente, diz-vos alguma coisa?

José Sábio – A nós, não porque… Eu lembro-me de ouvir falar, mas era criança e não tinha a noção. Mas para as pessoas que participaram, para eles reviverem agora isto deve trazer grandes recordações.

Dia do Senhor – E do Festjovem, lembraste?

José Sábio – Não. Acho que fui uma vez ou duas ver, mas era criança e…
Dia do Senhor – Então e como estão a correr as coisas com o Grupo de Jovens?

José Sábio – Vamos continuar com as reuniões e com os encontros. Está tudo bem.

Dia do Senhor - Então e como achas que vai correr este Festival?

José Sábio – Acho que sim. Mesmo que haja uma falha ou outra, não tem importância.
Dia do Senhor – Muito obrigada, José.

E o Dia do Senhor não podia deixar de entrevistar Carlos Rocha e Teresa Paula no dia após o festival…

Dia do Senhor – Como foram dois pilares importantes do Festival das Memórias, gostaria de vos saber o balanço que fazem deste Festival que se realizou ontem?

Teresa Paula – O balanço que fazemos é que foi óptimo (depois de dois ou três meses de tanto esforço (risos). Acho que recebemos a compensação ontem. Não no momento final, isso não, mas durante toda a noite. Ver o salão bem composto, cheio eu diria, e ver a alegria de todos a cantar e a participar, eu penso que recebemos a compensação toda! Valeu a pena o esforço.

Carlos Rocha – Correu tudo bem. Houve alguns problemas com as afinações, mas… de resto correu tudo bem.

Teresa Paula - Acho que o júri compensou a desafinação dos microfones.

Carlos Rocha – Mas de resto correu tudo bem. Foi óptimo. Pensei que talvez fosse um bocadinho mais difícil, mas correu tudo bem.

Teresa Paula – Mas se eu puder falar sobre o último momento em que nos chamaram, eu na altura não me lembrei porque bloquei completamente porque estava muito emocionada, mas aquele ramo de flores que me ofereceram era repartido em três. Podiam oferecer-me na mesma, mas oferecia também uma flor também à Patrícia Almeida e à Catarina Sábio porque foram o meu braço direito.

Dia do Senhor – A ideia de realizar o Festival das Memória partiu deste núcleo familiar. Depois foram ajudados por inúmeras pessoas. Mas como é que surgiu a ideia de fazer um festival de recordações?

Carlos – Como estamos a comemorar a reconstrução da Igreja, que é uma coisa já antiga, decidiu-se também fazer isso: Recuperar as canções antigas que representaram Salir de Matos nos festivais em que concorreram.

Teresa Paula – Acho que não há melhor maneira do que… Se era um ano de memórias, de relembrar, de reconstrução… Como as canções foram feitas cá, não há nada melhor do que relembrá-las também.

Dia do Senhor – E estão prontos para realizar outro festival, outra iniciativa, ou vão descansar por agora?

Teresa Paula – Dêem-me descanso! (risos) Deitou-me um bocadinho abaixo estes dois últimos meses. Agora preciso de recuperar forças. Recuperei-as ontem emocionalmente, mas agora fisicamente, preciso de um tempo de descanso.

Carlos Rocha – Igualmente

Teresa Paula – Mas estamos prontos para as próximas, pronto!

Dia do Senhor – A Paula já disse que ontem foi emocionalmente compensador, mas eu gostaria ainda de saber como é que se sentiram com as palavras do senhor padre Eduardo no agradecimento da nossa paróquia.

Teresa Paula – Ai agora foste tocar no ponto fulcral… Eu já fui ralhar com ele porque achava que ele não devia ter dito aquelas palavras. Foram as palavras dele que me fizeram bloquear… Porque é assim… Quando sinto, não consigo transmitir em público, quanto muito a uma ou duas pessoas. Mas eu acho que não era tão merecedora de tanto… Acho que todos nós ajudamos da melhor forma, cada um com o seu talento…

Dia do Senhor – Sem dúvida que as pessoas se mobilizam e ajudam. Mas se não houver um embrião, que neste caso és tu e o Carlos, as coisas também não nascem. Portanto, essa função é também a vossa, a de serem semente.

Teresa – Eu posso ter essa semente, mas tenho também muitas sementes em meu redor. E isso dá muita força para seguir porque não sou só eu, são todas as pessoas que tenho à minha volta.

Dias do Senhor – Muito bem, gostariam de acrescentar mais alguma coisa?

Teresa Paula - Gostava de deixar um agradecimento muito especial, muito especial mesmo, aos músicos, ao júri, e aos apresentadores que estiveram lindamente, aos participantes porque foram fantásticos e também a todo o público porque o público estava a acompanhar muito bem e foi muito caloroso, mostrou-se muito caloroso. Eu gostei imenso. Acho que estão todos de parabéns.
























Bênção da primeira pedra do Centro de Dia para Idosos de Salir de Matos.

Entre o sonho e a realidade!
Por António Galamba
A construção do Lar e Centro de Dia com capacidade para 30 utentes internos e 13 utentes em regime de Centro de Dia é um sonho há muito alimentado pelos cidadãos da Freguesia de Salir de Matos. Com o apoio do Governo, da Câmara Municipal de Caldas da Rainha, da Junta de Freguesia de Salir de Matos e da população em geral estão criadas as condições para concretizar este projecto no valor de 929.440€, com a garantia de celebração de um protocolo com a segurança social para o seu funcionamento integral. O projecto possibilitará ainda, pela construção de uma nova cozinha, ampliar a capacidade de resposta da valência de apoio domiciliário a idosos, contribuindo para uma melhor resposta social às necessidades da população de Salir de Matos e das Freguesias rurais contíguas.
O Lar de Idosos e Centro de Dia pela capacidade directa de acolher 43 idosos e pela ampliação da oferta de apoio domiciliário permitirá um melhor combate às situações de abandono pelas famílias, à exclusão social, à solidão, à perda de autonomia e à pobreza que afectam muitos dos cidadãos da Freguesia, contribuindo para a melhoria das condições de vida dos idosos e para a humanização da sociedade.
O lançamento da primeira pedra do Lar e Centro de Dia, no passado dia 25 de Novembro de 2007, marca a passagem da fase do sonho para a fase da realidade. Um sonho que queremos que passe a ser realidade no mais curto espaço de tempo, com o contributo solidário dos muitos que estiveram na festa que contou com o apoio decisivo do Rancho Folclórico do Guisado, do Rancho Folclórico das Trabalhias, da Fábrica da Igreja de Salir de Matos e de muitos cidadãos empenhados em construir uma sociedade mais humanizada, solidária e justa.





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